Oleiro, profissão antiga e pouco conhecida - Rádio Sentinela do Vale

O repórter Jota Aguiar esteve em Canelinha conversando com o oleiro Nei, como é conhecido na região. A profissão do oleiro é fazer vasos pratos e outros recipientes de barro a mão, ou apenas com a ajuda da roda do oleiro. E para trabalhar nesta área, como foi o caso de Nei, não é preciso nenhum curso especial, é preciso ter jeito e paciência para aprender a mexer no barro.

O oleiro explica que tudo começou há vinte anos quando ele saiu de Blumenau para morar em Florianópolis, e o seu ex-patrão resolveu então se mudar para Canelinha para dar continuidade nos trabalhos que hoje já é conhecido no Brasil. Possuindo sua própria olaria, Nei foi o primeiro da família a trabalhar nesta profissão e hoje, já conta com a ajuda do filho de 18 anos, que está começando a pegar gosto pela profissão.

Além disso, o oleiro afirma que depois de 30 anos trabalhando nesta profissão não sente mais cansaço, como sentia quando iniciou neste trabalho. Ele destaca que no inicio, quando não estava acostumado, a mão e pulso ficavam doloridos porque se faz muita força no braço, “se a argila for muito arenosa e se você fizer muita força pode até sair sangue, mas com o tempo que eu tenho de profissão isso já é controlado e não tem mais problema”, explica.

O movimento rotativo do prato onde é trabalhado o barro permite modelar os objetos com as mãos do oleiro, e o barro vai ganhando forma com facilidade, e é nesta hora que Nei capricha, ele relata que o que da qualidade no material é na hora da conformidade, mantendo o padrão dos vasos iguais.

Surgimento da profissão de oleiro

A oficina de oleiro é considerada a mais antiga das indústrias, isto porque a humanidade, na pré-história, começou a substituir os vasos de cerâmica pelos vasilhames (utensílios domésticos) feitos de porongos, cocos e cabaças, entre outras cascas utilizados para o armazenamento de alimentos.

A manufatura de objetos do barro e o surgimento de oficinas de oleiro ocorreu no período neolítico, quando os povos ou sociedades iniciam a confecção de instrumentos mais sofisticados para sanar o problema do armazenamento ou do preparo dos produtos oriundos da produção agropastoril, principal característica da revolução neolítica.